Monstros, Mitos e Heróis
“ Onde não há deuses reinam os espectros” - Novalis
Monstro: é o nome dado genericamente a um ser fantástico ou criatura lendária, de aspecto e atos aterrorizantes. São, em geral, manifestações primitivas do medo subconsciente ou lendas que possuem um fundo de verdade na sua origem.
Mito: personagem, facto ou coisa que, não tendo sendo real, simboliza uma generalidade que se deve admitir. Não existe, mas supõe-se real.
Herói: figura arquetípica reúne os atributos necessários para superar, de forma excepcional, um problema de grande dimensão. Tem uma projecção ambígua: por um lado, representa a condição humana, na sua complexidade psicológica, social e ética; por outro, transcende a mesma condição, ao apresentar facetas e virtudes que o homem comum não tem mas gostaria de atingir.
Num “fundo de verdade” da madeira ou no cartão já usado, roubado ao real, cai a tinta e assim se forma a linha, o borrão, a mancha que de um momento para o outro, sem explicação (pelo menos do consciente não vem nenhuma), começa a revelar a sua ambiguidade: sem deixar de ser uma massa informe, uma espécie de sombra de…coisa nenhuma, transcende-se e logo se vislumbram os contornos da (de uma) personagem, ou os aterrorizantes caninos da criatura pronta a nascer, ou um virtuoso olhar que vai ser janela da alma que, para já, ainda se esconde por detrás da tinta. Quem nunca numa nuvem vê o que quer ver, e que sem deixar de ser nuvem passa também a ser nós!?. É assim que nascem, se fazem, se constroem estes seres e depois, só depois e só por eles, e por nós, vivem.
(apesar da desnecessária simetria, obrigado Rorschach)
Exposição: Galeria Minimal - Porto (2008)
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